terça-feira, 21 de julho de 2009

A AMIGA DA EMPREGADA


Ei-la!
Feminina pulsação da liberdade.
Um olhar dentro
dos olhos do futuro.
Lá onde não mais existe
o imaginário
peso da
culpa original.

Nem bela

Nem adormecida
Corre nos campos
Grita nas praças
Luta nas fábricas

Ei-la,
desfazendo mitos e lendas.
Nem tão branca
Nem tão neve.
Sem maçãs a dar
Nem a receber.

Ei-la!
Nos encontros
Nas conversas
Nas alcovas,

Ei-la, afinal.
Um jeito livre de ser.
Orgástica,
luminosa,

natural:
eis a nova mulher,
a mirar-se em outro espelho!

Eurico.

(http://eulirecoeu.blogspot.com)



Sou...
Sou uma nuvem negra no céu
Prestes a chover
Sou a letra triste no papel
Que o poeta começou a escrever.

Sou a mulher branca, negra, mulata,
Sou a loura, a morena e a parda.
Sou a mulher magra e a alta.
Sou a mulher pequena e a gorda.

Sou enfermeira
E psicóloga
Sou professora
Sou sexóloga.

Sou a dona de casa e chefe também.
Sou doméstica no meu lar.
Sou guia espiritual que diz amém
Sou eu mesma quem guia meu caminhar.

Sou do Norte e do Nordeste
Represento a mulher brasileira
Sou do Sul, Sudeste, Centro-Oeste;
Sou do Brasil, mas não discrimino a estrangeira.

Sou a tristeza e a alegria
Sou o riso, o choro, a amizade.
Sou a melancolia e a euforia
Sou o abraço da saudade.

Sou a mulher labareda
Onde o fogo foi meu algoz
Sou a vitória e sou a perda
Sou a nascente de um rio e sou a foz.

Sou Joana Darc não tenho medo
Sou a chegada e sou a saída
Sou o calor dos ágeis dedos
Da poetisa que me deu a vida.

JOANA DARC BRASIL




"O dinheiro nunca significou muito para mim, mas a independência (conseguida com ele), muito."

"Vista-se mal e notarão o vestido. Vista-se bem e notarão a mulher."

"A natureza lhe dá o rosto que você tem aos 20. A vida talha o rosto que você tem aos 30. Mas depende de você merecer o rosto dos 50."

"O conforto possui formas. O amor cores. Uma saia é feita para se cruzar as pernas e uma manga para se cruzar os braços."

"Uma mulher precisa de apenas duas coisas na vida: um vestido preto e um homem que a ame"

"A girl must be two things: classy and fabulous"

Coco Chanel







Elas querem é poder!

Mães assassinas, filhas de Maria
Polícias femininas, nazijudias
Gatas gatunas, kengas no cio

Esposas drogadas, tadinhas, mal pagas

Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz

Garotas de Ipanema, minas de Minas
Loiras, morenas, messalinas
Santas sinistras, ministras malvadas
Imeldas, Evitas, Beneditas estupradas


Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz

Paquitas de paquete, Xuxas em crise
Macacas de auditório,velhas atrizes
Patroas babacas, empregadas mandonas
Madonnas na cama, Dianas corneadas


Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada

Toda mulher é meio Leila Diniz

Socialites plebéias, rainhas decadentes

Manecas alcéias, enfermeiras doentes
Madrastas malditas, superhomem sapatas
Irmãs La Dulce beaidetificadas

Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mul
her é meio Leila Diniz


"Ela foi uma peça fundamental na idéia de unir os vários programas sociais e de transferência de renda dos anos 90 em um único programa"

"Muitas pessoas acreditam que ela foi de fato a primeira pessoa que pensou na idéia do Bolsa Família, apesar de o programa não ter esse nome na época. Mas essa idéia de unificar os programas, criar uma economia mais equilibrada e eficiente, foi exatamente o que Lula fez quando assumiu o
governo em 2003"
"Ela foi uma primeira-dama eficiente justamente porque ela era uma acadêmica muito respeitada e podia falar com autoridade. E quando ela falava, as pessoas ouviam"
Anthony Hall, professor e cientista político da London School of Economics
"Como figura pública, ela era muito independente do marido"
David Lehmann, professor e ex-diretor do Centro de Estudos Latino Americanos da Universidade de Cambridge, na Inglaterra

A Ruth era uma pessoa muito especial, para sua família, para seus amigos, para nosso país. Um exemplo de dignidade, delicadeza, inteligência e carinho pelas pessoas. É uma dor imensa a que sinto nesse momento"
José Serra, governador de SP
"Os brasileiros ficaram sem a presença de uma mulher generosa, forte e combativa, que sempre sonhou com um país mais solidário, rico
e justo"
Sergio Guerra, presidente do PSDB
"O Brasil perdeu uma grande dama, uma grande brasileira
, que nos deixa bons exemplos na vida acadêmica, na vida universitária e na vida política. Deixa um grande exemplo em benefício do social. O Comunidade Solidária foi um percursor dessa rede de proteção social, do Bolsa Família e do Bolsa Escola"


Des yeux qui font baisser les miens
Un rire qui se perd sur sa bouche
Voilà le portrait sans retouche
De l'homme auquel j'appartiens
Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas
je vois la vie en rose
Il me dit des mots d'amour
des mots de tous le jours
Et ça m'fait quelque chose
Il est entré dans mon coeur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause
C'est lui pour moi
Moi pour lui dans la vie
Il me l'a dit, l'a juré pour la vie
Et dès que je l'apercois
Alors je sens en moi, mon coeur qui bat
E dès que je l'apercois
Alors je sens en moi,mon coeur qui bat
la vie
La vie en rose,la vie en rose
ooooh ... la vie
La vie en rose,
Je t'aime pour toujours, mon amour

Poxa...
Tantas mulheres para serem vividas,
Tantas para serem amadas,
Algumas imaculadas
Outras defenestradas,
Muitas compenetradas

No lânguido sabor da vida
Que para elas confunde-se com
Emoções à flor da pele
A pele toda em arrepios e confusões
Mulheres...
Mulheres que mudam de safra, de forma, de textura e de cor
Mulheres que mudam de sabor
Não mudam na essência mulheres
De serem e saberem ser
Maravilhosas degustativas apetitosas
Mulheres
tesudas carnudas sem juízo
Preciso
Dizer-lhes que minha vida é só isso:
as mulheres que viveram comigo.
Kleber






MAS ENTÃO...
COM MUITO PESAR VOS DIGO
QUE TRISTE SABER
DEPOIS DE LHES DIZER
O TANTO QUE LHES AMO.
SABER, LÁ NO FINAL DA ESTRADA
QUE A EX, POBRE COITADA
É APENAS A MELHOR AMIGA
DA EMPREGADA!






quinta-feira, 16 de julho de 2009

ARREPENDA-SE PELA MANHÃ



Se espaço e tempo, como os sábios dizem,
São coisas que não podem ser,
A mosca que só vive por um dia
Viveu tanto quanto nós.
Mas que nos deixem viver enquanto ainda nós podemos,
Enquanto o amor e a vida são livres,
Pois o tempo é o tempo, e veloz se distancia,
Embora os sábios o desmintam.
As flores que te enviei quando o rocio
Estremecia sobre a vinha
Murcharam antes que a abelha voasse
Para sangrar a madressilva.
Mas que nos deixem as colher ainda
Sem lamentar sua agonia,
E embora sejam poucas as flores da vida
Deixêmo-las ao menos ser divinas.


T.S.Elliot (03.06.1907)



(Foto de Maria Helena Oliveira)



Possuo uma natureza meio caramuja. Se me enamoro, a tendência é ficar acomodado, em casa, só fazendo tudo com ela.
É certo que assim como o papai, nesses momentos me afasto dos amigos, praticamente nem os vejo. Talvez pudesse mudar isso.
Ou seja, não é comum que, namorando, eu esteja em um happy-hour com os amigos, pois que o relacionamento me absorve, só consigo viver dentro dele, tal qual o caramujo em sua casca. Não é saudável, leva-me rapidamente à exaustão.

Quanto mais tempo dura uma relação, mais ela lança as suas raízes no chão. Acontece que nem sempre o chão está preparado para receber essas raízes.
Quando se atinge uma determinada idade, a que chamamos cruelmente de maturidade, sofremos muito em nossas relações o fenômeno da superpopulação. De repente, não esta
mos aqui tratando apenas de mim e você, mas de mim, de você, de meus filhos, dos seus, a minha família ou a sua, e até agregados que vão se acoplando e parasitando em nossas vidas. O amor se torna, então, absolutamente complexo e sobrecarregado.



E aí nós temos que enfrentar uma contradição atroz: é que, com a idade, nos tornamos invariavelmente (a não ser que sejamos meio apatetados) mais amigos da reflexão, e do silêncio. Queremos usufruir um pouco da tranquilidade que custamos tanto trabalho em nossas vidas a conquistar.
Não é que não queiramos, vez em quando, o agito. É claro que queremos. Mas queremos ser senhores de nossos agitos, não escravos dos agitos dos outros. Queremos fazer o nosso próprio barulhos, nós temos o direito a isso, não queremos ter que escutar apenas o barulho d
os outros.
E é por isso que o casamento para os "solteirões" às vezes é difícil. É que eles acabam se casando com gente demais. É injusto.





E por isso, ele tende a ser resolvido em momentos de fraqueza. Vivemos sob a égide da razão, é a ela que pedimos socorro. Se pedirmos a ela aconselhamento para abandonarmos a nossa pacata e tranquila vida para nos tumultuarmos em uma relação, digamos, superpopulosa, como faremos, o que dirá a razão? É por isso que a maior companheira da decisão de casar-se mais velho não é a razão, mas a solidão.
Amor, depois de determinada circunstância, é bobagem.
Melhor pensar ser possível acontecerem coisas novas em nossas vidas. Aos 47, seria assim tão difícil? É claro que não. Daí vem o melhor sabor da vida de agora.
Melhor é continuarmos a fazer mais e mais amigos para os nossos filhos jovens (que são precisamente os filhos daqueles com os quais nos relacionamos). O que não fazemos por nossos filhos? Não é a mesma coisa, muita atenção nisso, que fazermos mais filhos com nossos amigos...
Não de
vemos, portanto, permitir que um relacionamento se desgaste. Burrice isso.
Ninguém suporta, ninguém merec
e, um relacionamento desgastado. Antes de qualquer coisa, é chato demais! Depois se torna desrespeitoso, escatológico, monossilábico, poligâmico e rancoroso.
Devemos sair de um relaciona
mento como um craque deveria sair de sua carreira no futebol: no auge. No orgasmo, no gol.
É melhor para a saúde e a paciência de todos. Até mesmo das crianças, se as há. Aliás, nos tempos hodiernos, tenho a certeza de que elas estão bem mais preparadas para lidar com separações e perdas que seus pais. Elas foram treinadas para isso.

"Quando estamos apaixonados, começamos a decepcionar a nós mesmos e terminamos decepcionando os outros. É o que as pessoas chamam de amor romântico."

Oscar Wilde

Amor
é bobagem.

*********



À noite, a minha cabeça parece somente existir para processar dificuldades, problemas. Já perceberam como tudo é desproporcionalmente maior à noite? E de olhos fechados? As dúvidas, as dívidas, os medos, as frustrações, as angústias...o silêncio da noite amplifica e reverbera o barulho que essas sensações fazem em nossa alma.
Daí poder entender melhor o que é o poder, de fato, de poder dormir em paz. Dormi
r em paz é ser recompensado pelo esforço que fazemos em nossos caminhos despertos. Faça de forma destemida o bem para a sua existência, sem prejudicar a dos outros. Terás em troca uma boa noite de sono.
Só não deixe para fazer de noite o seguinte: arrepender-se.
Arrependa-se sempre de dia, de preferência ainda pela manhã.


"O silêncio é um tumulto".
Machado de Assis


terça-feira, 7 de julho de 2009

DEVOLVA-ME


























" Trocando em miúdos, pode guardar...as sobras de tudo que chamam lar. As sombras de tudo que fomos nós, as marcas de amor em nossos lençóis! As nossas melhores lembranças...."

Chico Buarque de Hollanda

Falta de elegância, devolver o produto do amor.

É como se devolvesse o amor, ou o amor se devolvesse, ele próprio.

Presentes são mesmo devolvidos, e junto a eles são devolvidos apenas os seus preços, jamais o seu valor; até porque só os primeiros são diferentes, enquanto o segundo, porquanto em nome do amor ofertados, têm sempre o mesmíssimo caráter, o mesmíssimo...valor! Do Sonho de Valsa cantado e eternizado pela Zizi Possi ("se acaso me quiseres...), à retumbante promíscua e corrupta esmeralda de Mme Sukarno (acaso recebida, talvez até tenha sido, por amor).

Como são nascidas as sombras daquilo o que chamamos lar e quantos gritos e sussurros e devaneios e loucuras são necessários para produzir todas as manchas deixadas impunes, e agora recordadas e culpadas como marcas em nossos lençóis, indolores que ficam em muito pouco tempo, como? Nascidas da volúpia, ou do amor? O que damos em presentes? Uma roupa de volúpia, de inconsequência, ou de amor?

Ai, amor, bichinho etéreo, que nem sei que existe....

Uma bofetada! Estalada que seja a bofetada que valha a pena!

Quando um amor se acaba, um homem de valor não quer de volta os presentes que em nome amor ofertou. O que um homem quer no final do amor que viveu é receber uma bofetada, forte, dada de mão aberta e tendo por testemunhas lágrimas nos olhos de quem a desferiu, em bom som: SPLASH!

E quando o amor é devolvido, em meio a lágrimas, bofetadas e e dor, significa bem mais que o dramático montinho de embrulhos perdidos em um sofá da sala, sofá que de repente ficou tão enorme!

Gosto de Fabrício Carpinejar, que descobri há cerca de um ano, quando encontrei o seu excelente "Canalha!" numa livraria em Goiânia.

Diz ele o seguinte:

"Quem já não ouviu de alguém: "Se sair, não volte mais!". Há algo mais desolador do que espiar o quarto pela última vez?

Há algo mais demolidor do que escutar esse desabafo sem concessões, sem releitura? Essa ordem de quem nos convidou para entrar. Esse ultimato "pense agora", "répido", "depressa", como se fosse possível pensar alguma coisa aos berros.

Essa relação que era tudo o que você tinha, era tudo em que você acreditava.

Essa relação agora jugo, propriedade, demolição.

O amor que vale apena merece um sofrimento, mas não merece ser transformado em novelinha barata.

"Se sair não volte mais!" Descobrir que os adultos não brigam, eles se suportam aos poucos.

"Se sair não volte mais" Descobrir que o ódio seduz.

"Se sair não volte mais" Descobrir que a cobrança é maior que a memória.

"Se sair não volte mais" Descobrir que o desejo era vizinho ao despejo.. Ao subtrair uma letra, subtrair uma vida.

"Se sair não volte mais" Descobrir que a maçaneta está presa apenas por um prego.

"Se sair não volte mais" Descobrir que seu casaco é roupa de cama.

"Se sair não volte mais" Descobrir que despedir é desaparecer.

"Se sair não volte mais" Descobrir que o gancho do cabide servirá para desentupir o ralo.

"Se sair não volte mais" DESCOBRIR A OFENSA DENTRO DA OFERTA.
























Assim diz o poeta.

Porque o amor é quando faltam palavras.

O desespero é quando sobram palavras.

Com uma bofetada. E só. É assim que se devolve amor.

O final de um amor suporta drama, mas não merece o tédio.

Quem sabe, com um pouco de sorte, até um dramalhão, algo bem perto do ridículo.

Pois não há o ridículo no fim de um amor.

O que não suporta o fim do amor que valeu a pena é o frívolo.

É o frígido, o choco.